Hoje estamos criando um novo espaço para falar sobre uma área da ciência, a Quimica, nem sempre compreendida em sua totalidade, tanto que muitas vezes é subestimada em várias situações, para falar realmente o que é, abri esta coluna. Para quem já leu a chamada da coluna no dia 24/06, já sabe os especialistas que orientarão os textos, para quem não leu, é só clicar no link Especialistas
Para defender o direito a informação correta e sem parcialidade, vamos conversar sobre um hábito que diz respeito diretamente às mulheres e para quem tem mãe, avó, irmã, filha, tia, sobrinha ou de alguma forma gosta de esmaltes de unhas. Considero uma prática bonita de visualizar nas mulheres, mas será que elas olham para as "letrinhas miúdas" que mostram os ingredientes das unhas ? Deixarei para que as leitoras se manifestem.
O alerta que darei envolvem três componentes que podem colocar a saúde da usuária em risco: tolueno, formaldeio e DBP, quem vai nos explicar o que são e os riscos que os produtos podem causar a saúde é o Prof. Ricardo Vinicius Bof de Oliveira, Doutor em Quimica e especialista em polimeros. Para poder explorar as informações a respeito, tanto do risco como a liberação de uso, vou dividir este artigo em três partes, com um componente quimico de cada vez, vamos começar a falar sobre o Tolueno.
Tolueno: esta substância caracteriza o que ficou popularmente conhecido no Brasil como cola de sapateiro, apesar de estar presente em outros tipos de colas, como as utilizadas na marcenaria. A inalação voluntária do toluol (que apresenta potencial de abuso) causa danos ao organismo e pode levar à dependência.
Pode afetar o sistema nervoso. É facilmente absorvido pelos pulmões (40 a 60% do inalado). Níveis baixos ou moderados podem produzir cansaço, confusão mental, debilidade, perda da memória, náusea, perda do apetite e perda da visão e audição.
Inalar níveis altos de tolueno por um período pode produzir sonolência e até mesmo perda de consciência. Além disso, um estudo americano realizado pelo Brookhaven National Laboratory comprovou que o tolueno, quando inalado, faz o mesmo caminho da cocaína no cérebro.
Como o sistema de busca da Agencia Nacional de Vigilância Sanitária está com o seu sistema de busca em manutenção, não consegui maiores detalhes sobre as pesquisas sobre tolueno em cosméticos no Brasil. O Instituto Nacional do Cancer (INCA), em sua página da vigilância do câncer ocupacional, relata que a Agência Internacional de Pesquisa do Câncer - IARC (1999) classificou o tolueno no Grupo 3, ou seja, não carciogênico para seres humanos.
Vamos agora com as pesquisas e regulamentações norte-americana (FDA - Food and Drug Administration) e européia (SCCP - Scientific Committee on Consumer Products).
Nos Estados Unidos, a FDA não exige que os produtos cosméticos sejam testados antes de serem vendidos, porém estados como a Califórnia, através da Preposição 65, obrigam declarar o uso de compostos de produtos conhecidos por causar câncer, defeitos de nascimento ou dano reprodutivo, e o tolueno está na lista como causadora dos dois últimos (código CAS 108-88-3).
Na União Europeia, a conclusão passou pela avaliação de dois cenários:
Usuário doméstico (em ambientes não ventilados) : niveis de ar contendo 1-4 ppm (partes por milhão)
Salões de beleza profissionais (em ambiente ventilado) : niveis de ar contendo 0,26 ppm
A duração da exposição foi inferior a 30 minutos (já que a aplicação média é de 10 a 20 minutos)
A SCCP considerou que a exposição com um nivel de ar 1-4 ppm pode ser considerada seguro, caso a exposição seja baixa e ocasional. Esta conclusão é para todos os grupos de consumidores, independente da idade.
Referencias
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