Câncer, imunidade e tratamento

quimioterapia
O câncer (denominação genérica para vários tipos de doenças oncológicas) tem como um dos tratamentos, a quimioterapia, que em muitos casos pode causar danos ao sistema imunológico do paciente. 


Esta queda imunológica tem a denominação de neutropenia (1) – que se caracteriza pela redução dos níveis dos glóbulos brancos e, por consequência, diminuição da imunidade. 

Este evento adverso frequente no tratamento do câncer, e uma vez instaurada pode retardar a quimioterapia, prejudicando a continuidade do tratamento. Quase metade dos pacientes com tumores sólidos que passaram pelo menos por um ciclo de quimioterapia pode apresentar um episódio da doença. O Instituto Nacional do Câncer (INCA) (2) estima que, no biênio 2016-2017, sejam registrados cerca de 600 mil novos casos de câncer. 

“É muito angustiante para o paciente ter de paralisar o tratamento por causa da queda na imunidade provocada pela quimioterapia, por isso é fundamental prevenir e tratar a neutropenia para evitar o agravamento do quadro clínico e manter a continuidade do tratamento. Podemos dizer que a neutropenia é um dos eventos adversos mais graves provocados pela quimioterapia em pacientes oncológicos”, comenta o professor associado de Hematologia do departamento de Clínica Médica da Universidade Federal do Rio de Janeiro, Angelo Maiolino. 

“É de extrema importância a conscientização de médicos e pacientes sobre todos os eventos colaterais da quimioterapia, que vão muito além de queda de cabelos e diarreia, os sintomas mais conhecidos pela população. Existem outras consequências severas, que podem ser evitadas com o acompanhamento e o tratamento adequado”, complementa o especialista.

Nesse cenário, as sociedades Americana (3) e Europeia (4) de Oncologia (ASCO e ESMO) recomendam a prevenção da neutropenia com medicamentos que estimulem e regularizem a produção dos glóbulos brancos, como o lipegfilgrastim, que é produzido pela Teva Farmacêutica sobre o nome comercial de Lonquex, e é indicado para a redução da duração da neutropenia e incidência de neutropenia febril em pacientes oncológicos tratados com quimioterapia.
Vários estudos clínicos demonstram que lipegfilgrastim é eliminado mais lentamente pelo organismo, dessa forma seus benefícios têm uma duração maior, necessitando de apenas uma injeção por ciclo de quimioterapia. O estudo comparativo do medicamento com pegfilgrastim revela que lipegfilgrastim foi eficaz e seguro na prevenção na neutropenia, e os pacientes tratados com lipegfilgrastim apresentam uma redução de 1,5 dia no tempo de recuperação da contagem absoluta de neutrófilos em comparação a pegfilgrastim.



Referências:
1 Freifeld AG, Bow EJ, Septkowits KA, Boeckh MJ, Ito JI, Mullen CA, Raad II, Rolston KV, Young JA, Wingard JA. Clinical Pratice Guideline for the Use of Antimicrobial Agents in Neutropenic Patients with Cancer: 2010 update by the Infectious Disease Society of America. Clin Infect Dis 2011;52(4):e56-e93.
3  Smith TJ, Khatcheressian J, Lyman GH, et al. 2006 update of recommendations for the use of white blood cell growth factors: an evidence-based clinical practice guideline. J Clin Oncol. 2006;24(19):3187-205.
4 Aapro MS, Bohlius J, Cameron DA, et al. 2010 update of EORTC guidelines for the use of granulocyte-colony stimulating factor to reduce the incidence of chemotherapy-induced febrile neutropenia in adult patients with lymphoproliferative disorders and solid tumours. Eur J Cancer. 2011;47(1):8-32.
5 Bondarenko et al. BMC Cancer. 2013;13:386.

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