Números do câncer de pele no Brasil preocupam

A campanha Dezembro Laranja é um alerta dos dermatologistas para a prevenção da doença

Fonte: SBD

Segundo a Sociedade Brasileira de Dermatologia (SBD), o câncer de pele é o tipo mais frequente no mundo e corresponde a 27% de todas as neoplasias malignas no Brasil. Isso porque, de acordo com levantamento da entidade divulgado no final de 2019, mais de 60% dos brasileiros não usam nenhum tipo de proteção solar no dia a dia. O último mês do ano, chamado de Dezembro Laranja, é dedicado à conscientização sobre a doença.

“A melhor forma de prevenção ao câncer de pele é evitar expor-se ao sol, especialmente das 10h às 16h, e fazer uso diário de protetor solar para pele e lábios”. Este é o alerta trazido pelo radio-oncologista, Rafael Salera. O médico ainda lembra que quando a exposição ao sol for necessária, como no caso de pessoas que trabalham ao ar livre, é importante também a escolha de vestuário adequado.

Tipos de câncer de pele


Salera explica que pode-se dividir o câncer de pele em dois grandes grupos: melanoma e não melanoma. “Os tumores não melanoma são constituídos principalmente pelo carcinoma basocelular (mais comum e menos agressivo) e o carcinoma epidermóide. Já o melanoma tem origem nas células produtoras de melanina (substância responsável pela pigmentação da pele). Esse último é o subtipo mais agressivo, com maior propensão a causar metástases”, esclarece o médico. 

A exposição intensa ao sol, capaz de causar queimadura cutânea, parece contribuir mais para o surgimento do melanoma que outros tumores de pele. “Por esse motivo, é frequente que esse câncer se desenvolva em áreas como costas e pernas, que são usualmente protegidas do sol no dia a dia, mas são regiões comumente acometidas por queimaduras graves em situações de exposição aguda e intensa à radiação solar”, explica.

“A exposição crônica à radiação UVA e UVB no dia a dia, que não é tão intensa a ponto de causar queimadura aguda, está associada aos tumores não melanoma, motivo pelo qual essas lesões são comuns em face, orelhas, dorso das mãos e antebraços”, aponta Salera.

Fatores de risco


Segundo o radio-oncologista, os principais fatores de risco para o desenvolvimento do câncer de pele são:

- Exposição aos raios ultravioletas provenientes do sol ou câmaras de bronzeamento artificial (proibidas no Brasil desde 2009);

- Pele clara;

- Cicatrizes de queimadura;

- Doenças hereditárias, como albinismo e xeroderma pigmentoso;

- Imunossupressão;

- História pessoal ou familiar de neoplasia de pele.

“Pesquisas científicas indicam que indivíduos com história de cinco ou mais queimaduras cutâneas graves causadas por raios solares na infância têm o dobro de chance de desenvolverem melanoma”, comenta Salera.

Chance de cura aumenta se descoberto no início


Dentre os principais sintomas do câncer de pele, os mais comuns são o surgimento de nódulos, manchas, feridas que não cicatrizam em mais de quatro semanas ou sangram com facilidade e lesões em forma de crosta ou de coloração escura.

“É fundamental citar que a suspeita do câncer de pele baseada apenas na aparência das lesões é um desafio para os próprios profissionais de saúde. Por esse motivo as pessoas devem ser encorajadas a conhecer o próprio corpo e buscarem atendimento médico especializado em caso de detecção de qualquer alteração cutânea nova”, alerta o médico. “As chances de cura, quando descoberto no início, são de 90%”, complementa.

“É extremamente importante que a população conheça as formas de prevenção e se atente para o diagnóstico precoce a fim de se evitar tratamentos agressivos e, por outro lado, aumentar as taxas de cura”, finaliza.

Postar um comentário

0 Comentários