Os miseráveis e as pobres relações sociais

"Não há nada como o sonho para criar o futuro. Utopia hoje, carne e osso amanhã."
Victor Hugo
  
Andando pelas grandes cidades (ou em algumas pequenas também) notamos a ocorrência de vários tipos de caos sociais, vítimas de uma falência (não nova) em nossa sociedade. Talvez o que mais agrida nossa visão e principalmente nossa percepção seja a quantidade e qualidade da vida de pessoas sem teto, muitas vezes chamados de "mendigos".
Van Gogh Museum - Paul Gauguin - Self-portrait...
Image by MicheleLovesArt via Flickr

Estes acontecimentos não são novos, e já rendeu uma obra magistral como "Os Miseráveis" de Victor Hugo foi escrito em 1862 e é uma narração de caráter social em que o misticismo, a fantasia e a denúncia das injustiças formam uma trama complexa, onde descreve vividamente, ao tempo de condenação, a injustiça social da França do século XIX. 

O romance conta a triste história de um homem (Jean Valjean), que, por ver os irmãos passarem fome, rouba um pedaço de pão e é condenado a 5 anos de prisão. Devido às tentativas de fuga e mau comportamento na cadeia, acaba sofrendo outras condenações, pagando 19 anos de reclusão. O livro é uma denúncia contra as injustiças do poder judiciário que vem se repetindo em todas as épocas. Para o autor, o mundo é o terreno onde se defrontam os mitos, o bem e o mal, a bondade e a crueldade.  

Hoje defrontamos com as várias facetas (reais e/ou virtuais) de uma sociedade que se mostra cada vez mais fria e insensíveis a nossas necessidades. Trabalhar para o bem social é um atitudes que muitas vezes rende visibilidade e pouco efeito prático. Lembro-me bem que trabalhando em uma vila carente de minha cidade, com uma sopa comunitária que atingia na época 350 famílias, aquele alimento era um alento para sua fome física, mas longe estava de ajudar na fome social, econômica e psico-emocional.

O mais triste nisto que vejo os nossos governantes gastando muitos recursos em fornecer o peixe. Com esta política assistencialista acabam atrelando os seus suplicantes a necessidade de os seguir para conseguir a sua sobrevivência. 

A dignidade do ser humano fica em segundo plano, muito por ódios e perseguições daqueles excluidos sociais, que a margem da sociedades, mancham de sujeira obras faraônicas e belos monumentos. O cheiro pútrido cobra o preço do descaso, da falta de atenção a necessidades não satisfeitas desta dita "escória" social.

Não queremos nos contaminar em nublar a nossa visão com tantos quadros tristes, por isto é mais fácil "limpar" e os acomodar (ou confinar-los)  em lugares distantes de onde passamos.

E não vamos resolver um problema que é mundial e milenar, apenas querendo "fazer tudo pelo social"  "num país de todos". País de todos? de quem ? Apenas daqueles que pensam como nós, os "amigos" ?

Recomendo que a obra de Victor Hugo não fique só na indicação, no nosso rol de livros lidos ou então de lembrança do imortal escritor francês.

Pensem nisto!!!
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2 Comentários

  1. Essas facetaS de desigualdade social sempre existiram, o fato é que elas modificam aqui e ali, mas a essência é a mesma.
    Este livro é um exemplo de como pode ser a injustiça social. Victor Hugo foi brilhante na sua demonstração literária para retratar a realidade da época. É poca, aliás, que existe atpe hj.
    Ótima postagem! Abraços!

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  2. Grande Geraldo, primeiramente o mal não é nacional é globalizado, segundo os miseráveis além de vitimas são também culpados. Primeiro porque aceitam a condição social que estão e fazem ainda piorar procriando como coelhos, os governos incentivam esses bolsões de misérias com intuito de angariar dividendos politicamente falando e no final todos aos poucos vamos morrendo abraçados entre os caos da miserabilidade e violência social.

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